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terça-feira, 17 de junho de 2014









(texto: Elvira Moraes Lustosa) 

Paulinho foi tomar seu café da manhã. 

- Hum............, que biscoitão gostosoooooooo a mamãe me deu! 

Quando acabou de tomar seu café, Paulinho correu à cozinha e falou: 
__ Mamãe, muito obrigado pelo biscoitão gostoso. 
__ Ah! Filho, não agradeça a mim, agradeça ao padeiro que o fez. 

Paulinho correu até a padaria e falou: 
__ Sr. Joaquim, hoje de manhã mamãe me deu um biscoitão gostoso. 
Eu agradeci a ela, mas ela me disse: 
__ Não agradeça a mim. Agradeça ao padeiro. 
Então, Sr. Padeiro, muito obrigado pelo biscoitão gostoso. 
O padeiro falou: 
__ Não agradeça a mim. Agradeça ao fazendeiro que me vendeu a farinha com que fiz o biscoito. 

Paulinho, mas que depressa, correu até a fazenda que era pertinho de sua cidade e falou: 
__ Sr. Manuel, hoje de manhã mamãe me deu um biscoitão gostoso. 
Eu agradeci a ela, mas ela disse: 
__ Não agradeça a mim. Agradeça ao padeiro. 
Eu agradeci ao padeiro, mas ele me disse: 
__ Não agradeça a mim. Agradeça ao fazendeiro. 
Então Sr. Fazendeiro, muito obrigado pelo biscoitão gostoso. 
__ Ora, ora, não agradeça a mim. Eu só preparei a farinha. 
Agradeça ao trigal que me deu o trigo. 

Paulinho foi até o trigal, amarelinho, amarelinho de espigas de trigo e gritou: 
__ Trigo, hoje de manhã mamãe me deu um biscoitão gostoso. 
Eu agradeci a ela, mas ela me disse: 
__ Não agradeça a mim, agradeça ao padeiro. 
Eu agradeci ao padeiro, mas ele me disse: 
__ Não agradeça a mim, agradeça ao fazendeiro. 
Eu agradeci ao fazendeiro, mas ele me disse: 
__ Não agradeça a mim, agradeça ao trigo. 
Então, trigo, muito obrigado pelo biscoitão gostoso. 
__ Há, há, há. Não agradeça a mim, agradeça à chuva que molhou a terra 
e me ajudou a crescer e produzir muito. 

Paulinho correu à sua casa, pegou o guarda-chuva 
e saiu procurando a chuva. 
Encontrou-a e gritou: 
__ Dona chuva, hoje de manhã mamãe me deu um biscoitão gostoso. 
Eu agradeci, mas ela me disse: 
__ Não agradeça a mim, agradeça ao padeiro. 
Eu agradeci ao padeiro, mas ele me disse: 
__ Não agradeça a mim, agradeça ao fazendeiro. 
Eu agradeci ao fazendeiro, mas ele me disse: 
__ Não agradeça a mim, agradeça ao trigo. 
Eu agradeci ao trigo, mas ele me disse: 
__ Não agradeça a mim, agradeça à chuva. 
Então, Dona chuva, muito obrigado pelo biscoitão gostoso. 
__ Ô, ô, ô. Eu só ajudei um pouco. 
Não agradeça a mim, agradeça ao sol que deu força 
à terra para o trigo crescer e produzir. 

Paulinho esperou a chuva passar, fechou o guarda-chuva e olhou para o céu. 
O sol amarelo brilhava e brilhava. 
__ Ó sol, hoje de manhã mamãe me deu um biscoitão gostoso. 
Eu agradeci a ela, mas ela me disse: 
__ Não agradeça a mim, agradeça ao padeiro. 
Eu agradeci ao padeiro, mas ele me disse: 
Não agradeça a mim, agradeça ao fazendeiro. 
Eu agradeci ao fazendeiro, mas ele me disse: 
__ Não agradeça a mim, agradeça ao trigo. 
Eu agradeci ao trigo, mas ele me disse: 
__ Não agradeça a mim, agradeça à chuva. 
Eu agradeci à chuva, mas ela me disse: 
__ Não agradeça a mim, agradeça ao sol. 
Então, lindo sol, muito obrigado pelo biscoitão gostoso. 

O sol deu uma risada e falou grosso: 
__ É Paulinho, eu ajudei um pouco. 
Mas quem me faz brilhar no céu e aquecer a terra? 
Quem manda a chuva cair para molhar as plantas? 
Quem fez o trigo e o fez crescer no campo? 
Quem fez o fazendeiro e lhe deu força para plantar o trigo, 
colhê-lo, moer seus grãos e preparar a farinha? 
Quem dá sabedoria ao padeiro para fazer biscoitos gostosos? 
Quem lhe deu um papai que trabalha e dá dinheiro para comprar o biscoito? 
Quem lhe deu uma mamãe amorosa e cuidadosa 
que procura lhe dar coisas boas? 
Quem? Quem? 
Quem foi mesmo que lhe deu o biscoitão gostoso? 

Paulinho nada respondeu, apenas correu para casa, ajoelhou-se junto de sua cama e orou: 
- Deus, muito, muito obrigadooooooooo pelo biscoitão gostoso! 



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